terça-feira, 26 de novembro de 2024

Fronteira

 


O trem no subúrbio passa implacável
Como um monstro de aço.
Estremece feito terremoto
As casinhas de papel.
Sacode os frágeis tapumes
Em forma de abrigos
Da favela fantasma.

Mas a arquitetura improvisada
Arte eternamente sem dinheiro
Não cai.
Imponente (do seu jeito) joga nas caras
A sofrida sobrevivência.

Porque a pobreza é assim:
Enquanto não descarrila o trem
Pra dentro da favela fantasma,

Tudo é
Cotidianamente
Apenas transparente.

CRiga.




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