sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Na esquina da minha vida

 


Garimpo sorrisos sobre a rocha lisa do desencanto
Porque meu coração de pedra só aprendeu a ser só.

Ensino o nó do marinheiro mais antigo do cais
E no mais
Sou o som da gaita solitária ao pôr do sol.

Nas esquinas assovio um samba esquecido.
Mas a fogueira densa no tambor do frio do inverno
Também me lembra um velho e triste blues.

O cheiro do asfalto molhado.
O som do pneu contra a chuva.

Eu sempre amei
Como o último amante noturno da cidade que dorme.
Havia luzes refletindo um neon de esperança etílica
Uma avenida cheia de carros que nunca me levariam
A lugar algum.

Era o fim da avenida da minha vida
E eu quebrei a última esquina.

Foi quando ali havia você de batom vermelho
Me sorrindo, me esperando
Abrindo caminhos, memórias e sensações.

Uma alameda de flores e primaveras
E uma perfeita chuva fina
De eternos amores imperfeitos.

CRiga.



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