sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Alma do tempo

 

João pergunta a Maria:
“O que temos para comer?...”
Maria, seca no olhar, responde:
“nada, não, João...”

Eis que os olhares encontram
o brilho da colher polida.
Presente de casamento
de um amigo que morreu solteiro,
sem pai nem mãe,
sem ninguém pra dividir a dor.

E eis que fala Maria a João:
“Te amo, mesmo assim...”
E João, molhado o olhar, responde:
“Te amo também, pra sempre!...”

CRiga.



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