quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Blues do quase abandono

 

As cadeiras e bancos estão se acabando.
Ficam tão sozinhas e sozinhos
que tão bem acompanhados.

O fogão era vermelho vermelhão.
Trincou saudades tuas um braço na panela
outro na cintura senhora cozinheira.

Dá dó quando junta pó.
Quando o nó não desata mais
e as teias viram só algodão doce.

Aquele pé de fruta esperou a água.
Na pedra da fonte o escorpião estátua
denuncia sua espera quando o sol nos salvou.   

Mas a lebre tá sempre ali!
É o espírito da terra que te olha
sorri pululando boas histórias.

Vem pro mato,
que a morte espreita!

Vem logo, deita.
O pau velho que segura a cama
ainda declama um final feliz.

CRiga.



Nenhum comentário:

Postar um comentário