Desmazelo
vovó diria
até o dia
que eu
pedisse desculpas a Glorinha.
Amor
cachorro…
Depois diria:
“essa menininha é ouro”.
E eu dando no
couro
mas evitando
bisnetos dela –
no meu tempo
santa é a camisinha.
Bandido!
Depois
brigaria de novo.
Glorinha que
era minha deu pra outro!
E vovó não
sabendo de nada
disse o que
parecia tudo:
Glorinha dá
pra quem quer
e você que
não a trate bem
que vai virar
piada também
na cama de
quem a comeu.
Peguei um
trem.
Então matei
Glorinha
e na volta
chupando sorvete
apontei a
mesma arma para vovó:
Mate que sou
mesmo velha...
Pelo menos no
inferno onde vou
ouvirei com
gosto feito mãe ausente
Glorinha
falando que amava você,
que doce
diabinha!
Que graça que
a vida tinha?
Vovó só
morreu de velhice
e nem pito me
trouxe na cadeia
antes de a
corda amarrada no teto
dar cabo de
minha vida
naquela cela
fria.
Glorinha?
Virou santa e
ganhou devotos
com pôsteres
de borracharia.
CRiga.
(4º
lugar no Prêmio Barueri de Literatura/2018)
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