quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Sintomático (parte 2)


Pleno sol de primavera
E um sorriso do verão.

Preciso mesmo é de um dia de chuva grossa
O som das gotas contra a janela.
Cama. Calma. Um sono que vem e vai, silêncio.
Meia luz. Sem culpa.

O dia as pessoas nem nada vão parar
Para você passar com sua tristeza disfarçada
Sua alma pesada, sua vista cansada.
Com tanto a se fazer o precipício soletra
O nada, poeticamente
Pateticamente.

E eu não posso pular. Não quero pular.
A pele denuncia a bigorna sobre os órgãos
Fervilhando pequenos vulcões em cordilheiras.
As unhas acendem as lavas às vezes vermelhas
E o coração silencia em letárgico descompasso.

Pleno sol de alma daltônica e afônica.
E um sorriso sem graça que provoca afta.

CRiga.



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