terça-feira, 17 de julho de 2018

Eu queria era voltar para você


Faz tempo que o branco dos teus olhos
olhos inquietos
não me inspira cor qualquer.
Me sufoca.
Nem mais me desafia.

Desenharei uma pupila perdida
pululando em meio ao verde esmeralda
de uma memória qualquer, invenção.
Não tenho mais verdes pra te contar –
dizem que a esperança tem uma cor.

Uma pupila quimicamente dilatada
me lembra a mãe que tenho que cuidar –
dizem que o amor tem seu tempo de mandar.
Eu vou dormir, vá dormir, não se preocupe:
amanhã há uma intenção de visitar.

Há o tempo de todos.
Dos mofos, dos elfos.
Dos tolos, dos credos.
Dos tombos. Dos versos.
Ainda não me libertei da vontade de ficar,
da vontade de voltar.

Uma vontade branca na tela do computador.
Inquieta.
Inspirada.
Sufocante.
Desafiante.

Vontade contadora de histórias.
Há sim aquele tempo de liberdade no ar.
Apenas estar perdido, pouco se importar,
porque tudo no final dava em poesia.
Eu acho que preciso mesmo é de um caderno azul!...

Eu preciso é de uma cor.
Negra talvez, mas sem tristeza.
Quem sabe um beijo na hora de sair ao trabalho.
Quem sabe um arco-íris cujo clichê do pote de ouro
seja o branco dos teus olhos me dando bom dia.

Um dia claro.
Um café preto.
E a vontade de voltar para você.

CRiga.



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