quarta-feira, 25 de julho de 2018

Palavras escadas saídas de emergência


Pela paisagem feiamente urbana de minha varanda
eu tento voar furando as tristes nuvens nubladas
em busca de um sol que possa me dar caminho de mais alma.

Mas há correntes de ouro me prendendo pelos tornozelos.
Anjinhos que dão corda e puxam de volta quando vou longe.
Um lugar de céu azul para planar livre feito os passarinhos de toda a cor.

As correntes vou fundindo cada elo pra comprar o pão.
Os anjinhos fugindo sempre me acompanharão, ainda bem.
O lugar não é aqui, mas de vez em quando, por enquanto,
eu plano por lá também.

Difícil mesmo é equilibrar-me agora nas palavras, escadas.
Cair do céu sorrindo paraquedas, paradeiros.
Parar na terra fofa plantando futuros e brisas
pra um dia de asas curtas eu planar na horta
bicando o tempero pra refeição, doce comunhão.

De sobremesa o sorriso largo do sol
sobre o monte verde lá da frente –
hoje é dia de gastar as palavras
que poupamos toda a vida, poesia!

CRiga.



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