Pela paisagem
feiamente urbana de minha varanda
eu tento voar
furando as tristes nuvens nubladas
em busca de
um sol que possa me dar caminho de mais alma.
Mas há
correntes de ouro me prendendo pelos tornozelos.
Anjinhos que
dão corda e puxam de volta quando vou longe.
Um lugar de
céu azul para planar livre feito os passarinhos de toda a cor.
As correntes
vou fundindo cada elo pra comprar o pão.
Os anjinhos fugindo
sempre me acompanharão, ainda bem.
O lugar não é
aqui, mas de vez em quando, por enquanto,
eu plano por
lá também.
Difícil mesmo
é equilibrar-me agora nas palavras, escadas.
Cair do céu
sorrindo paraquedas, paradeiros.
Parar na
terra fofa plantando futuros e brisas
pra um dia de
asas curtas eu planar na horta
bicando o
tempero pra refeição, doce comunhão.
De sobremesa
o sorriso largo do sol
sobre o monte
verde lá da frente –
hoje é dia de
gastar as palavras
que poupamos toda a vida, poesia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário