É
uma página em branco
que
me desafia.
Um
dia, uma segunda-feira.
Ainda
início de tudo
semana,
ano, emprego.
Os
planos para um futuro me assustam,
estou
sem tato no escuro do branco.
Uma
página em que letrinhas
pululam
sem certeza.
Eu
construo um por que insistir,
costuro
no coro duro a nova tatuagem,
identidade
que dorme numa cidade.
É
uma página com cor,
apenas
branca.
Ela
me fita com pena
e
me acena um tchauzinho juvenil.
Corri
costas e verões
o
frio do sul, as certezas do amor.
Há
um bobo velho que pensa em novos mapas
escondidos
nas trincheiras do papel.
Um
manual de instruções
após
as letrinhas cansarem de correr.
Não
há verdades depois do preto no branco
nem
saídas de emergência. Não há rumo,
apenas
um pouco mais de terra
pro
buraco ficar menos fundo.
Era
uma página em branco,
e
eu ainda não sei
aonde
pretendo ir.
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