terça-feira, 12 de novembro de 2024
Domingo de despedida
Chegaste sexta-feira um vendaval que eu senti
Depois a brisa do sábado que beija o rosto
Me salvando da cabeça panela de pressão.
Amanhã tem dia de manhã de sol
Uma segunda-feira de primeiras intenções.
Aqui só me resta as planilhas de guardanapo
Trezentos quilômetros de poesia.
CRiga.
sexta-feira, 8 de novembro de 2024
Na esquina da minha vida
Garimpo sorrisos sobre a rocha lisa do desencanto
Porque meu coração de pedra só aprendeu a ser só.
Ensino o nó do marinheiro mais antigo do cais
E no mais
Sou o som da gaita solitária ao pôr do sol.
Nas esquinas assovio um samba esquecido.
Mas a fogueira densa no tambor do frio do inverno
Também me lembra um velho e triste blues.
O cheiro do asfalto molhado.
O som do pneu contra a chuva.
Eu sempre amei
Como o último amante noturno da cidade que dorme.
Havia luzes refletindo um neon de esperança etílica
Uma avenida cheia de carros que nunca me levariam
A lugar algum.
Era o fim da avenida da minha vida
E eu quebrei a última esquina.
Foi quando ali havia você de batom vermelho
Me sorrindo, me esperando
Abrindo caminhos, memórias e sensações.
Uma alameda de flores e primaveras
E uma perfeita chuva fina
De eternos amores imperfeitos.
CRiga.