Letras fogem
relegadas
demais
ao ganha-pão.
Elas precisam
é de mais romance
e menos
chantili.
Elas cantam
na tua harmonia.
Mas se afinas
demais a voz
perdem a
graça da simplicidade.
Voam com
tucanos ou urubus.
Mas se insistes
só fotografar
caem bicho
empalhado pra prêmio.
Sussurram
sonolentas,
mas ávidas à
madrugada!
Se dormes,
elas roncam.
Elas tilintam
nos cristais polidos.
Mas se bebes
num gole
viram putas
velhas das esquinas.
Elas têm
gosto de batom no beijo.
Drops de
cereja. Cerveja quente
se te
embriagas tão facilmente.
Brilham nas
palavras brancas do sorriso,
elas declamam
a poesia entre os dentes.
Não mastigue –
são hóstia de santificar.
Dá-lhes,
então, atenção.
Não as faça apenas
palavras
de uma simples
profissão.
CRiga.