Faz tempo que
o branco dos teus olhos
olhos
inquietos
não me
inspira cor qualquer.
Me sufoca.
Nem mais me
desafia.
Desenharei
uma pupila perdida
pululando em
meio ao verde esmeralda
de uma
memória qualquer, invenção.
Não tenho
mais verdes pra te contar –
dizem que a
esperança tem uma cor.
Uma pupila
quimicamente dilatada
me lembra a
mãe que tenho que cuidar –
dizem que o
amor tem seu tempo de mandar.
Eu vou
dormir, vá dormir, não se preocupe:
amanhã há uma
intenção de visitar.
Há o tempo de
todos.
Dos mofos,
dos elfos.
Dos tolos,
dos credos.
Dos tombos.
Dos versos.
Ainda não me
libertei da vontade de ficar,
da vontade de
voltar.
Uma vontade
branca na tela do computador.
Inquieta.
Inspirada.
Sufocante.
Desafiante.
Vontade
contadora de histórias.
Há sim aquele
tempo de liberdade no ar.
Apenas estar
perdido, pouco se importar,
porque tudo
no final dava em poesia.
Eu acho que
preciso mesmo é de um caderno azul!...
Eu preciso é
de uma cor.
Negra talvez,
mas sem tristeza.
Quem sabe um
beijo na hora de sair ao trabalho.
Quem sabe um
arco-íris cujo clichê do pote de ouro
seja o branco
dos teus olhos me dando bom dia.
Um dia claro.
Um café
preto.
E a vontade
de voltar para você.
CRiga.