Rápido, me dê
um segundo de sua atenção.
A alma clama
a velha chama, me chama,
me queima, me
fere,
me dê uma
poesia.
Só não espere
a vida acabar assim.
Desfie o
novelo do aço, ele te enferruja.
Fuja da
máquina que ferve os miolos,
que mói o que
da alma é corpo.
Não é o frio,
nem o fio de voz.
É o abandono,
é o rolo compressor
que enterra a
dor da margarida no asfalto.
E ela fica
lá, desfolhada, amargurada,
pra sempre presa
num sorriso amarelo
entre os
carros que correm a avenida.
Por favor,
olhe pra mim.
Colhe minha
última pétala branca.
Aproveite a
brisa e solte à sorte
o pouco que
resta de mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário