quarta-feira, 31 de março de 2021

Santo feijão, rogai por nós

 


Do alto de minha pequeneza
digo verdades intrínsecas
(como se eu soubesse o que é intrínseco)
que algoritmos não conseguem mentirizar.

O que eu sei é que o corpo vai se acabando
com o tempo que mói a gente.
Há o feijão que não deixa esmorecer,
mas não o futuro macio pra descansar
com a comida que hoje só luta sobre a mesa.

O que sei é que tem jovem e gente de roupa melhor,
que já têm e sempre terão –
comida, futuro pra descansar
do trabalho que deve dar
sorrir e falar tanto na tevê.

É que depois vem a novela
e a gente esquece do lutar.

Eu nem sei o que é algoritmo...
sei que a gente lê na tela do celular
que o mundo vai acabar
e que a gente tem é que trabalhar.

CRiga.



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