quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Códigos


Diz de coisas muito difíceis de entender
de aprender.
Eu te dei a letra e você não leu.

Quando da arte brota uma semente de reação
é flecha com flecha, fogo no pavio da bomba.
É o trigal na brisa e sua sinfonia.
É aquele brilho do olhar, sabe,
aquele que você até já tinha esquecido como é.

Eu te dei as páginas guardadas
da revista escondida no baú. Te dei o laço
daquela carta que colei no portão dela
e ela me vendo entre os frisos da veneziana.

Te dei a mesma velha promessa quebrada
quando ela não voltou a passar na minha rua.

Diz de coisas muito estranhas de gostar.
Eu te dei quente e frio, nunca morno.

Quando da arte cai a árvore centenária
por causa de um vento de setembro
é porque uma semente um dia brotou
com tempo de florescer.

Com alma de apreender.

CRiga.



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