Eu
vi o leão.
Feroz,
forte, indestrutível.
Leão
de mil patas e dentes
vencendo
guerras, vencendo gente.
Leão
de mil vidas, imortal.
Um
leão tão lindo e tranquilo
passeando
pelo meu quintal.
Da janela agora eu vejo o leão.
A juba mais curta pode não ter
aquele mesmo charme da juventude
carregando filhotes em fotos coloridas.
A força pode não ser
aquela mesma que venceu no dente
a selva de pedra indiferente.
E o rugido...
Mais para os monossílabos
que aquele eco eloquente
mudando o curso dos rios.
Aquele brilho do olhar de felino caçador
talvez esteja mais para o mar,
marejado,
que para o horizonte,
novo horizonte.
Lá no monte acima da grande praia
ensaia uma caverna
um hibernáculo.
Ensaia um leão cansado.
Mas é leão!
Leões têm este hábito tranquilo
de caminhar sobre a relva, seu reino,
como quem fosse fácil presa.
Sem pressa, um belo poeta loiro e altivo,
como se qualquer um pudesse o fotografar.
Leões têm esse jeito de se cansar às
vezes.
Descansar. Até de se deitar na relva
quase querendo desistir de continuar.
Juba, força, rugido, olhar.
O leão chega até a pensar
que um bom leão pode sim recuar.
Mas é leão!
Sua intensa natureza não lhe permite.
O que seria do charme sob a juba experiente?
O que seria do rugir sem eloquência?
O que seria do olhar
que determina o caminho do sol?
O que seria do sol sem poder brincar
de derrubar reinados,
sem brilhar sobre a velha juba
de um leão guerreiro rei?
Que poesia linda, meu filho! Muito obrigado pela homenagem!
ResponderExcluirMuito lindo! Emocionante!
ResponderExcluirMaravilhosa poesia, Cauê! 👏👏👏👏👏
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