Uma
pressão na ponta da espinha,
dentro
da nuca –
alguns
chamam simplesmente “angústia”.
Por
mais que o cinza cubra os olhos
num
belo dia de sol,
você
ainda procura, louco,
saídas
vermelhas de emergência
nas
trincheiras que se desintegram
embaçando
a cansada visão,
e
você tenta pensar, calcular, se esconder...
Mas
o tempo é falsificado, caos, câmera lenta,
um
milhão de anjos negros passeando vertiginosos
atrás
da retina escura que só procura espaços vagos
em
qualquer multidão –
um
olhar no vazio, então,
pra
fugir, fingir que está tudo bem.
Aceito,
não há como perdoar.
Mesmo
que haja, alma serena me estendendo a mão,
minh’alma
corre assustada ao meu porão:
ali
dorme o monstro implacável,
tirano,
acusador.
CRiga
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