terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Ar rarefeito


Não espero nada.
Um canto de passarinho,
um silêncio confortante.
O lugar que mais amo,
a lembrança mais singela.
O perdão de fato, teu tato no meio na madrugada densa.
A festa.
Uma fresta no muro severo
deixando a brisa consolar o rosto.
Um gosto, qualquer gosto,
um jeito de você me sentir de novo.
Um escrito maldito que preste,
que peste de mil vidas espero -

um sol que me silencie,
uma noite que me denuncie,
um querer viver consciente
de que tudo vai passar, não vai, nunca vai…

Vejo carros passando em frente ao bar,
estou sozinho, sei que ninguém vai chegar,

o mundo inteiro poderia parar, ar rarefeito,
eu tento não esperar.


CRiga.
(Ali Pub)


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