quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Ode ao exorcismo (parte 2)


Cairia mil precipícios soubesse que tudo se apagaria em minha lápide – a vergonha, o teu perdão que ressurge máquina de triturar alma naquela triste ira de esfarrapar o farrapo, o fiapo do trapo do tapete da trincada porta velha de um casarão abandonado na cidade fantasma desta alma.

Que no jazigo sem enfeites o piso tenha espaço pra você pisar com teu merecido ódio. Que o teu riso tenha tempo de ainda rir aos ventos. Que volte a ler o velho livro de poemas. Que o teu amor redesperte bem perto me enterrando cada vez mais fundo e distante.

Não tenha dó de mim – apenas não escreva nada no mármore eterno. Nem a pedra fria merece estes monstros cujas sombras ainda escurecem lares, quais sejam eles onde for.

CRiga.



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