Quando cala, instaura a dúvida.
Se fala, é preciso cuidado, inclusive para ouvir.
Pode declamar poemas ou xingar o motorista.
Dizer que ama, que tome cuidado na estrada.
Quando beija no rosto é carinho.
Quando na outra é paixão!
Engole sapos e outras bocas
Mamilos e mangas da estação.
Faz biquinho na selfie
E não sabe se portar sozinha no metrô.
Quando sorri pode ser gentileza
Leveza, sedução
A dúvida que acredita.
É maldita, é da noite
Cochicha preces na igreja
Grita um nome ao portão
Serve pra ir a Roma
Ou mandar pra puta que pariu.
Sozinha sente a lágrima correr salgada
E engole o choro disfarçando a dor.
Bater com ela é baixaria.
Dela pra fora pode até não ser sério,
Mas às vezes magoa.
Dos buracos da cabeça é o único sem par.
Mas quando pareia incendeia!
Numa ceia dizem que traiu.
Em outros tempos tristes
Entregou inimigos à fogueira.
Hoje engana fiéis e desinformados
Com a fome da Verdade.
Mas também canta!
Paquera.
Morde e assopra.
Dilacera por ódio
E por amor.
CRiga.
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