Às
vezes a vida insiste
No
tear selvagem da amiga aranha.
Antes
de limpar a casa
Bote
memória no milagre artesanal
Aquela
história da vovó.
Dedicado à vovozinha Aparecida
CRiga.
Às
vezes a vida insiste
No
tear selvagem da amiga aranha.
Antes
de limpar a casa
Bote
memória no milagre artesanal
Aquela
história da vovó.
Dedicado à vovozinha Aparecida
CRiga.
Uma
cicatriz que sangra
A
cada gracejo fútil da menina maquiada
Na
academia amarrada inútil à câmera de um celular.
Playboys
bombados e seus carros tão caros de luxo, são lixo.
Continuam
a matar nas avenidas
Apenas
formigas em seus quintais.
A
gente quer inventar uma palavra de elogio
Pras
lindas putas novas dos mesmos cais de sempre.
Longes
dos caos, do que não serve
Do
que que não entra na conta
No
faz de conta
Nem
na ponta do batom compartilhado.
Tanta
coisa que nos vence pelo cansaço
Que
a voz é só um compasso rouco na madrugada quente
Doente
Quando
a gente desiste de gritar.
CRiga.
Uma
taça do vinho mais caro.
Quão
caro então é o teu amor?
São
verdades postas sobre a mesa
Numa
novela brega de adolescência
Ou
no baralho da cigana aposentada?
Urgência
a esta altura é arquitetar histórias
De
uma juventude junta que nunca foi.
Foi
apenas um pão de cachorro-quente
Recheado
de mel numa ilha do Paraná.
Quiçá
um dia a lembrança seja de novo boa.
Quiçá
numa nova noite
A
gente possa de novo se entregar.
CRiga.
Estás
a me perder aos poucos.
Tuas
mãos distraídas deixam-me escorrer
Na
praia areia de ampulheta –
Teu
tempo está se acabando.
Mas
eu
Volto
pro mar como quem se deixa levar
Pela
onda mais tranquila.
Depois
não adianta mais nadar –
Vais
te afogar e eu serei apenas
A
maré devolvendo o ritmo à vida
Simples, inteira e natural.
CRiga.
Não espero nada.
Medo que nada,
Passa.
Tem gente que encara.
Tem gente que morre.
Tem gente que nada de braçada.
Tem gente que precisa de boia,
Salva-vidas ou de nada.
Tem cavalo que passa.
Tem cavalo que atropela.
Ninguém vai te dar o que você quer,
Nem a vida e nem a morte.
Não é questão de sorte!
D’outro lado o azar é o cego
que só quer ouvir teu sim.
Mas o fim do ego
Engole o ego do fim.
CRiga.