Há um Brasil que insiste
invadir minha história de amor.
Trocam-se flores multicores
pelo amarelo e vermelho –
as flores não ficam tão tristes
desde os tempos de Vandré.
Trocam-se poemas por discursos.
A carta anônima romântica
depositada na caixinha do correio,
vira fraca denúncia estampada
em qualquer página de jornal.
Troca-se perfume por gás lacrimogêneo,
vestido chita por camiseta chiita.
Troca-se convite a um passeio
por convocação a passeata.
Eu prefiro sim a flor colhida
à morta pisada no canteiro.
Um coração partido
a tomar partido do terror.
Há um Brasil que resiste
se reinventar histérico
na minha história de amor.
CRiga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário