Um grilo confunde a noite.
Seria a paz, não fosse a morte.
Carros batem ao passar sinais vermelhos.
O sogro sangra no punhal o genro insano
sem grana pra comprar a droga.
No parto a mãe sorri ao filho
dizendo adeus, ela sabia, operação arriscada.
Seja estúpida, rasa, sem graça.
Seja injusta, em casa, na praça.
Uma certa paz de toda a forma ressurge
dizendo verdades e besteiras no funeral,
enquanto aos poucos a morte se envergonha de você
ainda vivo, à espera ou fugindo
fingindo ser imortal.
Uma cerveja no dia seguinte, que sorte!
Mas um grilo confunde a noite...
Seria a paz, não fosse a morte.
CRiga.
(fotos de Cauê Rigamonti)
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