CRiga.
CRiga.
Em Volta Redonda,
no Rio de Janeiro,
a gente
arredonda primeiro
e emplaca um jogo
de graça
terça-feira na
tevê.
E faz um povo
feliz
sem mais dente
pra sorrir.
E o futebol, sorrindo
sem graça,
se descobrirá
mendigo no amendoim abandonado
não recolhido
na cadeira do
torcedor de carteirinha.
Nesse negócio
de vírus paralisando o mundo,
a gente não
divide a bola, só a bolada
daquela grana
da emissora.
CRiga.
A cabeça ferve letras, letrinhas.
CRiga.
Eu abro a
porta do cuco
procurando um
pouco de você
pra temperar a
minha noite.
Todos os cheiros.
Os mais diversos!
Alguns ardem
quando encaro
me arrancando
lágrimas de saudade.
O armário espera
por tuas mãos
organizando todos
os temperos
e todos os destinos.
CRiga.
(para minha namorada)
O vermelho
sempre fala mais forte,
ainda mais
quando a esperança
tem cor de
morte.
Porque apesar
de colorir tão belo
a áurea de tua
barba ainda preta,
a cor agora é desespero,
é apenas sangue do Covid.
CRiga.
Por que meus
olhos são a procura
por tua luz
anestesiando as coisas
neste escuro
lindo escuro
de te esperar
pra me salvar?
CRiga.
Beto gama no
delta das estrelas,
enquanto matemática
é contar as horas.
Toca tua vida
no piano.
A gente
combina mas às vezes erra.
Planta na
terra a minha pitanga.
Desculpe, eu
costumo só escrever poesia.
CRiga.
Estamos agora
refazendo os projetos
para aquela nossa nação
e para aquele nosso Poder.
Estamos com os pés no chão,
fomos o diabo
que amassou o pão.
Mas nós temos um
Jesus
para cada
ocasião.
CRiga.
CRiga.